Por Rubens Faria

O autismo, atualmente chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), era antes associado à infância. Hoje, com o avanço das pesquisas sobre a condição e o desenvolvimento das habilidades diagnósticas, está se tornando cada vez mais comum que pessoas idosas descubram que convivem com o transtorno desde sempre.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, o espectro do autismo é um distúrbio neurológico que pode afetar o desenvolvimento comportamental, cognitivo e motor. Pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação ou interação social e padrões restritos de comportamento, como movimentos contínuos e repetitivos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.

Como cada paciente manifesta o transtorno em intensidades diferentes – e por isso a nomenclatura foi alterada para abarcar os diferentes níveis sintomáticos da doença -, o diagnóstico do TEA acaba por se confundir com outros distúrbios, o que leva muitos a viverem no espectro sem saber. O autismo é uma condição para a vida toda e, por isso, é importante saber como identificar os sinais do TEA em pessoas idosas que não tiveram esse diagnóstico nas primeiras fases da vida.

Como identificar sinais do TEA em uma pessoa idosa?

Como os sintomas do TEA mudam de pessoa para pessoa, há pacientes que levam uma vida funcional apesar do distúrbio. Um caso famoso é o do ator Anthony Hopkins, que descobriu estar no TEA apenas na velhice.

Alguns sinais são cruciais para ajudar no diagnóstico e incentivar o paciente e sua família a buscar ajuda especializada. Veja quais são:

  • Falta de relacionamento com outras pessoas
  • Falta de reciprocidade emocional 
  • Dificuldade de iniciar ou manter uma conversa 
  • Padrões repetitivos de comportamento e de interesses 
  • Inflexibilidade da rotina 

Caso os padrões acima sejam percebidos em alguma pessoa idosa, é aconselhável buscar avaliações psiquiátricas e psicológicas para confirmar ou descartar o diagnóstico.

Qual o objetivo do tratamento?

Enquanto o tratamento para crianças dentro do TEA busca desenvolver habilidades básicas, as pessoas idosas diagnosticadas vão trabalhar sua autonomia. As terapias medicamentosas, por sua vez, têm como objetivo a diminuição dos sintomas do distúrbio, podendo variar de acordo com a necessidade do paciente. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça que “as intervenções para as pessoas com TEA precisam ser acompanhadas por ações mais amplas, tornando ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis, inclusivos e de apoio.”

Ainda há poucas pesquisas sobre as mudanças que acontecem ao longo dos anos em uma pessoa diagnosticada no TEA, mas é importante lembrar que os eventos comuns da velhice, como a morte de parentes próximos, podem ocasionar um impacto maior em quem se encontra no espectro. Por isso, o acompanhamento psicoterápico é encorajado, levando todas essas questões em consideração e auxiliando a pessoa idosa a entender e lidar com as suas emoções da melhor forma possível.

Fontes: Gero360, OMS

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