
Por Andreia Sousa, fisioterapeuta gerontóloga
A maioria das pessoas sabem que a população mundial vem envelhecendo e, com isso, o aumento da expectativa de vida. Mas nem todos conhecem os cuidados que podem ser realizados para que essa população cresça de forma independente e saudável. E quando pensamos nesses cuidados, podemos incluir a fisioterapia como uma das principais atividades a serem realizadas.
O COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) define a Fisioterapia como uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, média e alta complexidade. Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, ciências morfológicas, ciências fisiológicas, patologias, bioquímica, biofísica, biomecânica, cinesia, sinergia funcional, cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais.
O Fisioterapeuta é o profissional de saúde com formação acadêmica superior, competente à construção do diagnóstico fisioterapêutico (distúrbios cinéticos funcionais), prescrição das condutas, sua ordenação e indução no paciente, o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço.
Dentre todas as especialidades que o profissional de Fisioterapia pode escolher, encontramos a Gerontologia. A Associação Brasileira de Gerontologia define Gerontologia como a ciência que estuda de maneira multi e interdisciplinar o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social. Busca compreender as experiências de velhice e envelhecimento em diferentes contextos socioculturais e históricos, abrangendo aspectos do envelhecimento normal e patológico. Investiga o potencial de desenvolvimento humano associado ao curso de vida e ao processo de envelhecimento.
Quando pensamos em atendimentos fisioterapêuticos, desejamos que o profissional goste do que faz, sendo isso de extrema importância. Pensando nos idosos, que são um público diferenciado, é constatado que eles carecem de mais atenção, carinho e cuidados, quando comparado muitas vezes com os outros. Isso ocorre por suas limitações devido ao envelhecimento, ou por suas patologias e ou por sua história de vida.
Pensando em algumas características pessoais que o profissional que escolhesse seguir a área poderia possuir, recentemente em uma leitura pude ver que não compartilhava dessas características sozinha.
Acredito que o fisioterapeuta gerontológo ou o que atua com o idoso, deve saber ouvir o paciente, ser empático, atencioso, educado, explicar os procedimentos realizados de forma clara e quantas vezes for necessário, não ter pressa com os resultados, não desistir, ser determinado e ter vontade de ajudar. Ser criativo também é importante, já que os exercícios devem ser diversificados para motivar, agradar e menos exaustivos. Deve-se expor os benefícios e incentivar a realizar os exercícios propostos na terapia. Os objetivos da terapia serão acertados entre o paciente/família e o terapeuta.
Nossa abordagem deve ser integral, humanizada, abrangente, detalhada, olhar o paciente enquanto sujeito, com uma história de vida, com particularidade do envelhecimento e não como um “objeto”, devemos olhar o indivíduo, não somente a doença. Necessitamos não subestimar o idoso, só pela sua idade, por suas dificuldades em algumas atividades, por julgá-lo frágil, pela sua insegurança, devemos valorizar a capacidade do paciente, muitas vezes eles podem nos surpreender.
“É mais importante conhecer a pessoa que tem a doença que conhecer a doença que a pessoa tem.” Hipócrates – 460 a.C.